Vemos como algo necessário de se deletar para tomar uma conclusão que seja acertada, visto que estamos diante de um tema caro aos nossos conceitos de bons costumes. Com efeito, podemos aproveitar as coisas que vem do paganismo, ou seja, podemos em algum momento usar um conhecimento que não tenha sua origem no cristianismo?
Devemos dizer que sim, mas, com todas as ressalvas, uma vez que não devemos nos apropriar daquilo que o mundo acha que é seu grande intento, não devemos ter as coisas do mundo como um ornamento que nos fará mais belos, visto que o que vem do mundo não serve para nos glorificar, mas unicamente a Cristo.
Como devemos fazer? Devemos guardar tudo aquilo que aprendemos da nossa vida inserida no mundo e no momento exato usar para que Deus seja louvado, nunca para que nós sejamos louvados, nunca para servir para nossa própria glória. Temos que ter muito cuidado com as vaidades deste mundo.
Podemos usar as coisas do mundo, mas com uma única finalidade, qual seja, que seja um instrumento de glorificação de nosso Deus.
Na verdade, aqueles que haviam entesourado para si esta riqueza a apresentaram a Moisés quando ele trabalhava na construção da tenda do testemunho, prestando cada um sua contribuição para a preparação das coisas santas. Podemos ver que isto também ocorre hoje. Muitos apresentam à Igreja de Deus, como um dom, a cultura pagã. Assim fez o grande Basílio, que adquiriu formosamente a riqueza egípcia no tempo de sua juventude e a dedicou a Deus, embelezando com esta riqueza o verdadeiro tabernáculo da Igreja. (NISSA, São Gregório de. Vida de Moises. ed. 1º. Dois Irmãos: Minha Biblioteca Católica, 2020. p. 177)